A todos aqueles que estudam avaliação

Gostaria de agradecer a passagem por aqui e dizer a todos que sejam bem-vindos.
Aproveito para pedir que cada um possa compartilhar comigo as suas dúvidas, certezas e questionamentos sobre o tema, para que possamos, como diz o Professor Luckesi, estabelecer um grupo de estudos e análise sobre a avaliação, na tentativa de vencermos modelos há tempos superados.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Por onde eu ando...

Algumas pessoas(leitores) tem me perguntado, porque parei com o blog, desistiu da avaliação, professora? Alguns questionam. Não, respondo enfaticamente, estou dando um tempo, estou indo além.
Este tempo estudando avaliação escolar me levou a outras reflexões, com relação a profissionalidade dos professores. Não mudamos a avaliação porque acreditamos no que fazemos,ou porque simplesmente reproduzimos o que vivenciamos como alunos? Tenho procurado responder a este questionamento e para tanto estou buscando identificar como nos tornamos professores universitários, quais caminhos percorremos para construir nossa profissionalidade e exercer nossas funções cotidianas.
Voltarei sim, continuarei batendo na mesma tecla, como avaliar para cuidar que o aluno aprenda e não somente seja promovido para receber  diplomas e títulos, mas também vou buscar compreender porque tem sido tão difícil estabelecer mudanças ou compreender a forma de como nos tornamos professores.
Estou por ai e sempre que dê volto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Avaliação da aprendizagem: concepção e prática: A avaliação ou a promoção automática: o que queremos...

Avaliação da aprendizagem: concepção e prática: A avaliação ou a promoção automática: o que queremos...

A avaliação ou a promoção automática: o que queremos...

Hoje vi uma nota no Jornal que dizia que entre os principais projetos da nossa Presidente, está cuidar melhor da educação: reformular os currículos e acabar com a promoção automática.
Queria neste espaço colocar a minha humilde opinião sobre o segundo tema, a aprovação(promoção)(progressão) automática.
O que vem a ser a aprovação automática, no entendimento que temos: è a possibilidade de acabar com as injustiças do processo avaliativo desenvolvido nas nossas escolas, que ao invés de se preocupar com a aprendizagem, preocupa-se em aprovar o reprovar o aluno, sendo assim,  a mesma surgiu em um momento que as discussões sobre avaliação da aprendizagem e principalmente os nossos números apontavam para uma prática excludente e meramente clssificatória, colocando a maioria dos alunos brasileiros para fora da escola, gerando uma evasão e uma repetência que levava a uma defasagem série/idade que emperrava o andamento do aluno na vida escolar e gerava gastos exorbitantes para os cofres públicos.
No entanto, penso ser mais complexa a discussão sobre aprovar o aluno, somente pelo simples fato do mesmo estar frequentando ou às vezes ter simplesmente se matriculado na escola.
Acredito que esta perspectiva acaba sendo o que o professor Luckesi certa vez colocou em uma das suas muitas falas que já tive o prazer de ouvir: "acaba sendo arbitrário aprovar por aprovar, dá mesma formar que reprovar por reprovar", pois acabamos negando ao aluno o direito a informação sobre aquilo que sabe, e o que é pior ele acha que sabe, porque foi promovido e certificado como tal.
Equivocadamente saimos de um extremo para o outro, reprovávamos somente nos baseando em instrumentos pontuais e passamos a aprovar sem ao menos termos acesso a nenhum tipo de dado para fazê-lo. A  avaliação denunciada por tantos estudiosos na década de oitenta e que o professor Luckesi(2003) classifica de exame, possibilitou novas discussões e busca por novos modelos e conceitos, neste sentido, entendo que avançamos no ideário, muitos já discutem o papel da avaliação como processo, e que a mesma tem a função de fornecer informações para que possamos emitir uma opinião e consequentemente tomarmos a decisão de ressignificar o processo, caso seja necessário.
No entanto, quanto às práticas caimos em um vazio, às vezes escutamos alguns professores "dizerem que não avaliam, pois não precisa já que o aluno não pode mais ser retido'. O que nos leva a constatar que o problema não está na aprovação automática, mas na forma, como a escola de forma geral vem praticando a avaliação , pois a promoção(progressão)  automática, não descarta o uso da avaliação, nem a busca de informações sobre a aprendizagem do aluno, creio que de forma contrária, muda o foco da aprovação para a aprendizagem.
O que facilitaria o trabalho do professor que não precisaria mais parar para aprovar ou reprovar, reter ou promover, mas se o aluno aprendeu ou não, e o que falta para o mesmo aprender que pode ser adquirido no ano ou na série seguinte.
Não sei se a avaliação como processo, contidiana que busca informações para qualificar o objeto, tem espaço nas nossas escolas, porque digo isso, porque precisamos promover, certificar, e passamos muito pouco tempo com os nossos alunos, pois temos muitos, e em turnos e séries variadas, não temos tempo, nem qualidade no trabalho que nos permita olhar no olho, compartilhar, compactuar, observar, acompanhar o nosso aluno de forma mais atenta para afirmarmos que os mesmos aprenderem e adquiriram os conhecimentos ou as habilidades necessárias para ir progredindo, ou que o mesmo está em tal nível e que ações diversificadas em tempos diversificados irão possibilitar ao aluno continuar aprendendo.
Sendo assim, acredito que é mais fácil criar mecanismos que nos possibilitem continuar retendo os que acreditamos que não sabem e promovendo os que acreditamos que sabem, mas tenho a ousadia de dizer, que a nossa Presidente precisa de pessoas que compreendam que o problema da nossa educação, não está na avaliação realizada, mas na forma como vem sendo constituida pelo nosso sistema, não mudaremos a avaliação, mesmo acabando com  a aprovação automática ou mantendo o sistema de classificação e reprovação, mas mudando a própria organização da escola: começando por entender que educação não é gasto é investimento, e que os professores, os profissionais da educação precisam ser tratados de forma diferente pela sociedade - a valorização e a possibilidade da melhoria na qualidade da sua formação e do seu trabalho, irão se constituir como o elo necessário para que não tenhamos tempo de falar nem em avaliação, nem em reprovação, nem em promoção automática, mas sim falarmos em aprendizagem.
Mas não sou a favor da aprovação automática, sou a favor da possibilidade da avaliação como um elemento do prática pedagógica que auxilia ao professor a cuidar do processo constitutivo do seu trabalho: cuidar para que o aluno aprenda.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Exercício de definição da avaliação escolar

A avaliação, escreve Charles Hadji, "consiste em atribuir um valor" - ou [...]um sentido - a uma situação real, à luz de uma situação desejada, com isso confrontando o campo da realidade concreta e o das expectativas, e, portanto, articulando uma referência e um referente"(Charles Hadji, 1989). O avaliador, assinala substancialmente o mesmo autor, não é um observador (que examina o que é),nem um preceituador(que enuncia o que deve ser). Poderiamos dizer que é um "comparador", que mede a distância entre o que é e o que poderia ser.
Como se vê, falar de avaliação em termos de comparação ajuda a compor uma imagem binária, avaliar não é apenas considerar que um trabalho é satisfatório ou não.
Avaliar é interpretar os dados, fazer emergir sentido, revelar o qualitativo no quantitativo: o que significa essa nota, esta prova?. Avaliar[...] é interpretar os dados, fazer emergir sentido(valor). O verdadeiro problema do avaliador não é inventar um sistema pertinente de notação, mas decidir o que significa e o que devem ser prenchidas e quais são, ao contrário os pontos fortes sobre os quais se pode ter esperanças.
(Michel Barlow.2006)

domingo, 10 de outubro de 2010

O que fica disto tudo...

Sexta-feira dia 08/10/2010, apliquei um instrumento de coleta de dados(escolhi uma prova de  análise e compreensão) na turma do 6º semestre de Pedagogia -  com o objetivo de acompanhar a comprensão da turma sobre as fases de evolução da verificação da aprendizagem dos alunos e trabalhar com a promoção da I Unidade - atribuição de escore.
Cada semestre é uma novidade, mesmo repetindo a disciplina é sempre possível vivenciar situações diferentes, a aplicação do instrumento revelou uma turma bastante diversificada, algumas entregaram em branco, outras reclamaram que não gostam da disciplina, e outras que não conseguiam entender o que o assunto queria  dizer, algumas gostaram bastante e elogiaram a elaboração do instrumento.
Tenho alguns questionamentos que gostaria que a turma respondesse:
a) O que não gosta na disciplina: a forma como eu construo as situações de aprendizagem ou a disciplina em si?
b) o que foi complicado no instrumento para respondê-lo? os enunciados não eram claros o suficiente?
c) ficaram com medo de responder o instrumento por acharem dificil, ou não terem estudado o suficiente?Alías qual sentimento foi gerado? Coloquei medo, mas não sei se foi este mesmo, ou outros.
d) Acham que o resultado refletirá o quê?
e) Como vocês acham que devemos verificar o aprendizado para efeito de promoção? E ao sugerirem os tipos de instrumentos justificar por que, este você acha adequado.
Enfim, este primeiro instrumento aplicado, não tem até agora, revelado que até este semestre, as turmas não conseguiam  aprender a história e a episteme da avaliação da aprendizagem.
Portanto, agora com esta dificuldade vivcenciada por esta turma a avaliação do processo possibilitará um recomeço e novas possibilidades.
Quero que vocês respondam para a gente discutir na próxima aula.
Abraços
Bom feriado.







sábado, 28 de agosto de 2010

A posição variável da avaliação no ensino

No mundo inteiro a educação tem sido considerada como um conjunto de tarefas de aprendizagem que, supostamente, se tornam mais difíceis à medida que se evolui do primeiro até o último ano da educação formal.[...]Durante muitos séculos, a educação foi concebida como uma pirâmide, tendo na base todos ou a maioria dos indivíduos pertencentes aos grupos etários mais baixos que frequentam a escola, e muitos poucos eventualmente atingindo o ápice.Os exames tem sido utilizados como um recurso de decisão quanto a quem será permitido passar para o nível seguinte, como parte do processo, os resultados dos exames e o julgamento dos professores vieram a se transformar num sistema de notas pelo qual os alunos são classificados anualmente ou com mais frequencia.
Assim, a educação tem sido encarada como algo composto de um currículo fixo, um conjunto graduado de tarefas de aprendizagem, e um grupo heterogêneo de aprendizagens que serão classificados ao final de cada um dos principais períodos do sistema escolar. Os exames ou outros procedimentos de avaliação são utilizados a fim de efetuar decisões críticas e muitas vezes irreversíveis a respeito do valor de cada aluno e de seu futuro no sistema educacional. estas decisões e classificações frequentemente afetam toda a sua carreira.
[...] O propósito fundamental da avaliação tal como é mais frequentemente utilizada nos sistemas educacionais existentes, é o de atribuir notas e classificar o aluno. É planejada a fim de detectar os que fracassaram (D ou F), os que foram bem sucedidos (A ou B), e os que se viraram (C). A aplicação de testes e de outras formas de avaliação comumente utilizadas nas escolas pouco contribuem para o aperfeiçoamento do ensino e da aprendizagem, e raramente são um indicador seguro de que todos (ou quase todos) aprenderam o que o sistema escolar reputa como tarefas e metas importantes do processo educacional. (Bloom, 1983)